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Céu sobre São José dos Campos em 03/04/2018 - 20h30(Horário de Brasília)
[Planisfério gerado no software Cartes du Ciel v4.0]

 

Em qualquer época do ano a Lua Cheia fascina e encanta. É inspiração para músicos, poetas e amantes. Mas a primeira Lua Cheia após o Equinócio Vernal (O equinócio que marca o início da Primavera no Hemisfério Norte e do Outono no Hemisfério Sul) tem um papel que vai além da inspiração e do encantamento: é ela quem define a data da Páscoa no calendário cristão ocidental.  A data adotada para o Equinócio Vernal pelo Vaticano é fixa em 21 de Março pelo calendário eclesiástico e pode divergir do Equinócio Vernal astronômico, que pode ocorrer entre 20 e 21 de Março. Para o Vaticano, a Lua Cheia também é determinada através de um calendário lunar eclesiástico e não pela observação, mas a regra geral é essencialmente astronômica:  o cômputo do Vaticano estabelece que a Páscoa acontece no primeiro domingo após a primeira Lua Cheia que se segue ao Equinócio.

 

Lua em 03/04/2018 - 20h30 (Horário de Brasília)
[imagem: NASA Scientific Visualization Studio ]

 

Antes do nascer da Lua, podemos nos deleitar com os objetos que povoam o Hemisfério Sul Celeste: aglomerados globulares, aglomerados abertos, nebulosas e estrelas dublas são abundantes nesta região do céu.

Uma especial atenção pode ser dada a dois sistemas estelares múltiplos: Alpha Centauri e Alpha Crucis.

A olho nu, Alpha Centauri - a estrela mais próxima do sistema solar e a mais brilhante da constelação do Centauro e a terceira mais brilhante do céu- aparece como uma única estrela de brilho amarelado. Ao telescópio é possível separá-la em duas componentes: Alpha Centauri A e B. Há ainda uma terceira componente no sistema, Proxima Centauri ou Alpha Centauri C, uma estrela de baixa massa e baixa luminosidade - uma anã vermelha - descoberta em 1915 mas que só em 2017 foi confirmada como estando gravitacionalmente ligada a Alpha Centauri A e B em artigo publicado no periódico Astronomy e Astrophysics por astrônomos da Universidad de Chile, Observatório de Côte d'Azur (França) e Observatório Astronômico da Universidade de Genebra (Suiça). A órbita de Proxima em torno das componentes principais do sistema tem um período de aproximadamente 550 mil anos, em uma trajetória elíptica que a coloca a 4300 unidades-astronômicas da dupla principal  no periastro (1 unidade astronômica equivale a 149,6 milhôes de quilômetros. A distância média entre a Terra e o Sol) e a leva a 13000 unidades-astronômicas de distância no apoastro. Em 2016, a revista Nature publicou a descoberta de um planeta de massa comparável à da Terra orbitando Proxima Centauri em sua zona habitável - a região onde a água pode existir em seu estado líquido.

Localizada a cerca de 320 anos-luz do Sistema Solar, Alpha Crucis é a estrela mais brilhante da constelação do Cruzeiro do Sul e a décima-terceira mais brilhante do céu. Ao telescópio também se revela como um sistema múltiplo. Ao telescópio é possível separar duas componentes que orbitam entre si com um período de 1500 anos. Uma destas estrelas é também uma binária espectroscópica, com componentes tão próximas uma da outra que completam uma órbita a cada 76 dias e só podem ser discernidas analisando o espectro combinado de sua luz. Outra estrela aparentemente ligada ao sistema também é visível ao telescópio, mas ainda sem confirmação de que esteja unida gravitacionalmente ao sistema principal.

Outro destaque do céu austral é a vasta nebulosa NGC 3372 envolvendo a estrela Eta Carinae.

Nebulosa NGC 3372 na região da estrela Eta Carinae
[imagem:Gilberto Jardineiro/Astroclube Cunha]

Eta Carinae é uma estrela peculiar. Com massa 100 vezes maior que o Sol e com registros históricos de grande variação em seu brilho (por volta de 1830 chegou a ser uma das estrelas mais brilhantes do céu austral) pode estar às vésperas de se tornar uma supernova. Embora "estar às vésperas" possa significar ainda alguns milhões de anos.

Além de Eta Carinae, o mapa abaixo mostra a localização de vários objetos visíveis na sessão de observação desta Terça.

Região da Via Láctea cruzando as constelações Centauro, Cruzeiro do Sul, Carina e Vela.

O Observatório do IAE abre todas as terças-feiras das 19h30 às 21h30 e as observações acontecem somente em caso de bom tempo. Visitas devem ser agendadas pelo email Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. ou pelo telefone (012) 3947-5246.

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