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Equipe internacional com participação brasileira detecta anel em volta do planeta anão Haumea. [imagem: Alexandre Crispim (UTFPR) ]

 

O Cinturão de Kuiper é uma região do Sistema Solar localizada além dos limites da órbita de Netuno e povoada por gelo e corpos rochosos. É no cinturão de Kuiper que se encontram os planetas anões Plutão, Makemake, Eris e  o menos conhecido deles: Haumea.

Apesar de não possuir a mesma fama que seu primo Plutão, Haumea tinha motivos para chamar a atenção: seu formato alongado e sua rápida rotação (com período de 3,9 horas - bastante incomum para objetos com mais de 100km de diâmetro) o tornam um objeto celeste bastante peculiar. Agora, o resultado das observações da ocultação de uma estrela distante por Haumea adicionaram mais uma peculiaridade ao pequeno planeta: a presença de um anel circundando o objeto.

O estudo publicado na revista Nature foi conduzido pelo Instituto de Astrofísica da Andaluzia (Espanha) e teve participação de astrônomos e estudantes brasileiros do Observatório Nacional, Observatório do Valongo e UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná) filiados ao LIneA (Laboratório Interinstitucional de e-Astronomia). O trabalho registra os resultados da observação da ocultação da estrela URAT1 533-182543 por Haumea em 12 telescópios em diferentes observatórios no dia 21 de janeiro de 2017.

Os observatórios marcados em verde detectaram as variações de brilho na estrela causadas por Haumea e seu anel. O observatório marcado em azul detectou apenas a passagem do anel. Nos pontos marcados em vermelho não foram detectadas variações. [imagem: Nature - Extended Data]

 

Ocultações de estrelas por asteróides, planetas, satélites e planetas anões são uma poderosa ferramenta observacional.  Ao observar as variações na luz de uma estrela distante ao ser eclipsada por um corpo em nosso sistema solar é possível estudar a forma e detectar a presença de atmosfera, satélites e anéis ao redor destes corpos. 

Além de revelar o anel, com largura de 70km e raio 2284 km orbitando no plano do seu equador, a  ocultação causada por Haumea permitiu também determinar com mais precisão suas dimensões, estabelecendo que seu eixo maior mede no mínimo 2322 km. Valor acima das estimativas anteriores e próximo do diâmetro de Plutão. Não foram detectados traços de atmosfera.

O grupo brasileiro trabalhou na previsão da ocultação e na análise dos dados que levaram à confirmação da presença do anel.

Com a descoberta, Haumea torna-se o primeiro objeto transnetuniano (além da órbita de Netuno) conhecido a exibir anéis. 

 

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